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Quando um vate de nome e de cartaz
dá adeus a seus fãs e deixa a terra,
uma neve de dor envolve a serra
e os poetas que ficam perdem a paz,
a viola, sequer, se afina mais
e a poesia recita o seu refrão
como quem presta a última informação
pondo a culpa na ordem do destino
Quando morre um poeta nordestino
nasce um pé de saudade no sertão.
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A canção erudita se entristece
e o luar de repente perde a cor,
quando a morte carrega um cantador
a cultura por si se desconhece,
a platéia chorosa permanece
enfrentado o calor da emoção
se pudesse se opor dizia não
mas conhece a grandeza do Divino
Quando morre um poeta nordestino
nasce um pé de saudade no sertão.
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Uma voz no espaço triste diz
foi embora um poeta renomado,
todo pé de parede tem gravado
um poema da lavra de Diniz,
só o tempo restaura a cicatriz
que este fato gerou na multidão,
é possível encontrar em cada oitão
o sabor do seu verso cristalino
Quando morre um poeta nordestino
nasce um pé de saudade no sertão.
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Autor: Pedro Ernesto Filho glosando o mote:
Postado por:
//Anizio,Ds. em
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