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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Melhor Amigo, o Melhor Pedaço



*
Sebastião era um velho mendigo que andava pelas ruas da cidade.
Ao seu lado, o fiel escudeiro, um vira lata branco que atendia pelo nome de Snopy.
Sebastião não pedia dinheiro. Aceitava sempre um pão, uma banana, um pedaço de bolo ou outro alimento qualquer.
Quando suas roupas estavam imprestáveis, logo era socorrido por alguma alma caridosa. Mudava a apresentação e era alvo de brincadeiras.
O mendigo era conhecido como um homem bom que perdera a razão, a família, os amigos e até a identidade.
Não tomava bebida alcoólica e estava sempre tranqüilo, mesmo quando não recebia nada de comida.
Dizia sempre que Deus lhe daria um pouco na hora certa e, sempre na hora que precisava alguém lhe estendia uma porção de alimentos.
Sebastião agradecia com reverência e pedia a Deus pela pessoa que o ajudava.
Tudo que ganhava, dava primeiro para o Snopy, que, paciente, comia e ficava esperando por mais um pouco.
Não tinham onde passar as noites; quando anoitecia, lá dormiam. Quando chovia, procuravam abrigo em baixo da ponte do ribeirão. Ali o mendigo ficava a meditar, com um olhar perdido no horizonte.
Aquela figura era intrigante, pois levava uma vida vegetativa, sem progresso, sem esperança e sem um futuro promissor.
Certo dia, um homem, com a desculpa de lhe oferecer umas bananas, ficou a conversar com o velho mendigo.
Iniciou a conversa falando do Snopy, perguntou pela idade dele, mas Sebastião não sabia.
Dizia não ter ideia, pois se encontraram num certo dia, quando ambos caminhavam pelas ruas.
Nossa amizade começou com um pedaço de pão – disse o mendigo. Ele parecia estar faminto e eu lhe ofereci um pouco do meu almoço e ele agradeceu, abanando o rabo, e daí, não me largou mais.
Ele me ajuda muito e eu retribuo essa ajuda sempre que posso.
Como vocês se ajudam? Perguntou. Ele me vigia quando estou dormindo; ninguém pode chegar perto que ele ladra e ataca. Também quando ele dorme, eu fico vigiando para que outro cachorro não o incomode.
Continuando a conversa, o homem lhe fez uma nova pergunta: Sebastião, você tem algum desejo de vida?
Sim, respondeu, tenho vontade de comer um cachorro quente, daqueles que tem na roullote da esquina.
Só isso? Perguntou?
É, no momento é só isso que eu desejo.
Pois bem, disse-lhe o homem, vou satisfazer agora esse grande desejo.
Saiu e comprou um cachorro quente e o entregou ao velho.
Ele arregalou os olhos, deu um sorriso, agradeceu a dádiva e em seguida tirou a salsicha, deu para o Snopy, e comeu o pão com os temperos.
O homem não entendeu aquele gesto, pois imaginava que a salsicha era o melhor pedaço.
Por que você deu para o Snopy, logo a salsicha? Perguntou intrigado.
Ele, com a boca cheia, respondeu: "para o melhor amigo, o melhor pedaço."
E continuou comendo, alegre e satisfeito.
O homem se despediu de Sebastião, passou a mão na cabeça do cão e saiu pensando com seus botões: aprendi alguma coisa hoje. Como é bom ter amigos. Pessoas em que possamos confiar. Por outro lado, é bom ser amigo de alguém e ter a satisfação de ser reconhecido como tal. Jamais esquecerei a sabedoria daquele mendigo.
E você, que parte tem reservado para os seus amigos?

Publicada por: Naty e Carlos.

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